segunda-feira, 25 de junho de 2012

Relato de parto - nascimento do Tyler


PREPARAÇÃO PARA O PARTO
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  Na minha 1a. gravidez frequentei em Campinas um grupo de gestantes que apoiava o parto normal e humanizado. Lá conheci várias mulheres que optaram por ter seus filhos em casa.  Como tudo que é novo, no início estranhei a ideia. Não conseguia ver nenhuma vantagem niso. Depois que pesquisei mais sobre o assunto e vi que podia ser até mais seguro para gestações de baixo risco, achei interessante, mas ainda não era pra mim. Eu morava em Jaguariúna, a pelo menos 30minutos do hospital que tinha escolhido. Tinha medo de pegar trânsito em uma emergência ou coisa parecida.
  Na verdade nem sei se esse é o principal motivo. Eu não tinha realmente comprado a ideia e, pra completar, o Alessandro muito menos. Ele achava isso coisa de hippies. Enfim, o Nathan nasceu no hospital, de um parto normal (ou não tão normal assim, já que ele estava sentado, mas isso é assunto pra outro relato).
  Na 2a. vez engravidei já morando no Canadá. Aqui você pode escolher entre fazer pré-natal com parteira ou obstetra. Escolhi parteira, claro! Os procedimentos do pré-natal são basicamente os mesmos, só que com muuuito mais apoio. Ou seja, as parteiras controlam seu peso, pressão, glicose, pedem ultrassons, exame de sangue, analisam o resultado, etc. Enfim, um pré-natal normal. Bom, mas tenho outros posts aqui no blog onde falo disso, então quem quiser saber mais leia.
  O que importa é que, acompanhada por parteira, a gestante pode optar pelo parto em casa, se quiser. No início brinquei com a ideia, falava assim "Ah, se eu quisesse agora até dava pra nascer em casa, afinal moramos a 3 quadras do hospital".O Alessandro só concordava e dava risada, sem achar que eu estava falando sério. E naquela época, eu não estava, mesmo. O plano era ter meu bebê no hospital, mais por causa da anestesia do que outra coisa. Eu ainda queria tentar me virar sem epidural, mas as dores no parto do Nathan foram tão fortes que eu achava bem provável que fosse pedir uma, no final.
  Até que, um belo dia, uma das minhas parteiras recomendou que eu lesse o livro Hypnobirthing. Foi um divisor de águas, pra mim! Quando aprendi mais sobre o funcionamentos dos músculos do útero e os hormônios envolvidos no parto, comecei a achar que era  possível um parto com menos dor. Aí voltei a pensar num parto em casa e o assunto ficou meio em aberto. Mas a ideia me agradava cada vez mais. Antigamente eu pensava: por que raios em casa? Qual a vantagem desse negócio? Ter uma parteira que vai te dar um atendimento humanizado não é o suficiente? Pois é, mas quanto mais relatos de parto eu lia, mais eu me convencia. As mulheres que tiveram filho em casa falam tão felizes da sua experiência. A sensação de estar no comando, de fazer tudo como você quer, de não tirar o olho do seu filho nem por um segundo, de ser a 1a. pessoa a segurá-lo, o respeito, o carinho, a forma gentil e suave de trazer um filho ao mundo... Enfim, tudo parecia muito legal e eu achava que podia dar conta.
  Volta e meia eu falava alguma coisa sobre isso com o Alessandro. Ele não falava nada contra, mas acho que era porque ainda não achava que eu estava falando sério. Até que marquei de irmos numa mini-palestra que ia ter lá na clínica das parteiras sobre Parto Domiciliar. No dia anterior, quando o lembrei do compromisso, finalmente ele percebeu que a coisa era pra valer. Anos de preconceito e desinformação falaram alto e brigamos (na verdade ele brigou comigo, humpf). O discurso era aquele típico de quem não pesquisou sobre o assunto "Isso é coisa de hippies! Você quer se mudar pra uma caverna, também?". Eu lembro até da minha resposta, hehehe. "Bom, para gestação de baixo risco, a segurança é a mesma em casa ou no hospital. Se na caverna o nível de conforto e segurança for o mesmo que em casa, tudo bem".
  Mas enfim, fomos na tal palestra, ele viu os equipamentos que elas levam pro parto domiciliar, leu resumos dos estudos mostrando a segurança, viu as estatísticas e... acabou concordando. Ufa, melhor assim. A partir daí me preparei para o parto lendo o livro Hypnobirthing e tentando aprender as técnicas de respiração e relaxamento. Comprei lençóis e toalhas beeeem baratinhos, que eu não me importaria de jogar fora se manchassem no parto. Lavei com água quente, passei e guardei bem lacradinhos e etiquetados. E fiquei esperando...
 

O PARTO
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Era um sábado, 16/junho. Nessa noite acordei de hora em hora pra ir no banheiro. Levantei umas 08:00 e logo percebi que estava com contrações que pareciam bem frequentes. Comecei a monitorar às 09:00. Estavam vindo mais ou menos a cada 6 ou 7 minutos, mas ainda fracas. Também tive algumas que classifiquei como sendo de intensidade média. Como tive um alarme falso no sábado anterior e parecia que tava tudo igualzinho, quis esperar até decretar que estava em trabalho de parto.
  Tava meio difícil de monitorar certinho, porque eu estava fazendo várias coisas. Preparei meu café, preparei o café do Nathan, comi, levei embora o café da manhã rejeitado aos gritos pelo Nathan, levei outra coisa e por aí vai. Lá pelas 10:00 o Alessandro apareceu, então fui tomar banho para ter um tempo tranquilo e tentar decidir se era trabalho de parto ou não. Até porque tínhamos um churrasco pra ir em Mississauga, uma cidade vizinha a 30minutos de casa, então tinha que resolver se íamos ou não.
  Bom, mas meu banho estava meio tumultado. Primeiro o Nathan ficava entrando/saindo, depois o Alessandro ficava me fazendo perguntas. Ele tinha comprado uns trecos pela internet e tinha que buscar em uma terceira cidade, que fica a 40minutos "pra lá" de Mississauga. Então eu também tinha que decidir se dava pra ele ir ou não, pra ele ligar pro cara e combinar. Oh, céus. Difícil decidir se estou em trabalho de parto assim, sob pressão!! Como as contrações não estavam doendo muito, achei que era mais do agito, mesmo e que dava pra ir. Na verdade eu já tava achando que talvez ainda nascesse à noite, ou no dia seguinte. Mas achei que era mais um motivo pra deixar ele buscar logo as coisas, porque depois que o bebê nascesse eu não ia querer liberá-lo tão cedo.
  Enfim, fomos. Eu e o Nathan ficamos na casa da minha amiga em Mississauga e o Alessandro seguiu pra Richmond Hill buscar suas tralhas. Nisso eu continuei tentando monitorar as contrações, o que é uma tarefa bem difícil tendo um toddler de 2,5anos pra cuidar. Mas agora elas já estavam mais doloridas. Quando vinham, eu fechava os olhos, só respirava e tinha que parar de conversar. Xiii... Assim que o Alessandro voltou, falei "come e vamos". Mas em menos de 5 minutos minha bolsa estourou. Não vazou só um pouquinho. Foi aquela torneira aberta, mesmo. Encharcou minha calça. É, definitivamente eu estava em trabalho de parto, hehehe. :-) Eram 13:30. A Valéria e a Virgínia me trouxeram uma saia, absorventes e toalhas e nos pusemos a caminho. Saímos de lá 13:45.
  Assim que entrei no carro liguei pra parteira. Na verdade é um sistema de pager. Aqui elas não passam o celular pra gente. :-( Por outro lado, se nenhuma das minhas 2 parteiras oficiais estiverem disponíveis, elas mandam outra da equipe. Enfim, 10 minutos depois a minha parteira1 liga de volta. Falei "Estamos a caminho de casa. Ponha-se a caminho também que tá nascendo". Nesses 10 minutos de carro as contrações já estavam doendo mais e ficando bem freqüentes.
  Continuei na minha missão difícil de relaxar sentada em um carro em movimento. Descobri que valeu muuuito a pena ler o livro hypnobirthing. Cada vez que eu percebia que estava tensionando os ombros ou querendo travar os dentes, eu me obrigava a relaxar e respirar profundamente, como o livro ensinou.
  Dali a pouco a parteira estagiária me ligou pra avaliar a situação, porque a parteira1 já estava a caminho. Ela queria saber se quando a bolsa rompeu o líquido estava claro (aqui, em caso de mecônio o procedimento protocolar é ir pro hospital). Também perguntou da freqüência e duração das contrações. Mas eu não estava conseguindo responder nada. Eu começava a falar com ela e logo passava o telefone pro Alessandro, que também não sabia as respostas.

  Achei que eventualmente ela fosse desistir, mas que nada! Ela continuava esperando pacientemente na linha e voltava a fazer suas perguntas. Ela queria muito saber a freqüência e duração das contrações e quão doloridas elas eram. E também desde que horas elas estavam assim ou assado. Eu até tentava responder, mas na verdade não sabia exatamente pois, como já falei, eu estava em um churrasco, não concentrada no trabalho de parto. Ela também queria muito saber mais sobre o líquido da bolsa. Mas aí eu é que não tava muito a fim de responder. Vai que ela concluía que eu precisava ir pro hospital, logo agora que tava tudo indo tão bem? Aí eu acabei me irritando com as perguntas e falei pra ela: "Quer saber? O bebe ta nascendo e vai nascer LOGO!! É isso que importa". Aí não quis mais falar com ela e quando o Alessandro tentava me passar o telefone eu só fazia sinal de não com a cabeça. Aí finalmente ela desistiu e desligou. Hehehe, tadinha. Ela é um amor de pessoa. :-)
  Mas enfim, continuamos a caminho e, quando estávamos a uns 3 minutos de casa, senti que algo mudou. Tinha alguma coisa acontecendo "ali embaixo". Senti uma pressão lá embaixo e a dor aumentou. Eu tentava respirar lenta e profundamente, mas minha respiração ficou rápida por vontade própria. Falei pro Alessandro: ai, vai nascer!! Comecei a achar que ia nascer no carro. O Alessandro ainda perguntou se eu queria ir pro hospital. Falei que não. Ou só pensei? Não lembro...
  Enfim, chegamos em casa e ele estacionou. Virei pro encosto do banco pra ficar mais confortável e já tava pensando em ficar por ali, mas o Alessandro achou uma péssima ideia. Ok, pra dentro então. E em retrospecto, ufa, ainda bem que ele me convenceu a entrar. :-) Mas tinha 2 probleminhas (e era por causa deles que eu tava pensando em ficar ali). Primeiro, que nós moramos num apartamento, no 12o. andar. Segundo, o Nathan, que adormeceu durante o caminho. E meu marido, coitado, olhou pra mim e perguntou "E agora, carrego você ou o Nathan?". Ele pegou o Nathan no colo e tentava me amparar ao mesmo tempo. Mas tava muito difícil andar. Minha vontade era ajoelhar na grama e ter meu filho ali mesmo. Mas enfim, conseguimos chegar na entrada do prédio e lá uma mulher se ofereceu pra levar o Nathan no colo até em casa, pro Alessandro conseguir me ajudar. Ufa, essa foi uma ajuda realmente útil!! Assim amparada chegamos até o elevador. As contrações vinham uma atrás da outra. Eu louca por uma parede, um chão, qualquer coisa pra encostar e inclinar pra frente. Eu e o Alessandro não nos acertávamos. Ele tentava me ajudar, mas acabava me fazendo ficar em poses que pioravam a dor. Enfim fiquei de frente pra ele e pedi suas duas mãos. Aí finalmente deu certo. Ele segurava o meu peso pelos cotovelos, eu encostava a cabeça no peito e barriga dele e conseguia me inclinar pra frente, que era o que eu precisava. O elevador chegou no nosso andar, mas ainda tinha um looooongo corredor pela frente. Eu fui andando de costas ainda apoiando a cabeça na barriga do Alessandro, tentava respirar, às vezes tentava agachar, mas ele me obrigava a continuar andando.
  Entramos enfim em casa. Mais um ufa!! Eram 14:31. Nisso o Nathan já tinha acordado completamente. Ele reclamou de ter que ir até em casa no colo de uma estranha e também não parecia estar entendendo o que tava acontecendo. Mas aí já começou a correr pela casa e a brincar de esconde-esconde. Eu me arrastei até o banheiro, fiquei de quatro no chão e me apoiei na banheira. Planejei encher de água e entrar, mas não consegui. Nisso o Alessandro já tava no telefone com a parteira de novo. Ela perguntou se eu achava que o bebê ia nascer em menos de 20 minutos. Ouvi o Alessandro responder inicialmente que não, mas eu fiz sinal que sim. Então ela disse pra ele ligar pra 911, explicar que o bebê estava nascendo e que a parteira não ia chegar a tempo. Ele ligou pra 911 do celular dele. Mais uma contração e eu percebi que o Tyler tinha descido mais ainda e já tava praticamente na saída. Pela 1a. vez deu vontade de fazer força. Mais uma contração, fiz força pela 2a. vez. O Alessandro gritou no telefone: "I can see the top of the head!" (Estou vendo o topo da cabeça!). Desculpem colocar em inglês, mas essa frase, junto com a voz dele, está tão gravada na minha cabeça! Quero continuar lembrando desse momento exatamente como ele aconteceu. Me senti animada, agora tava muito perto! Pouco antes ou pouco depois a parteira ligou no meu celular (o Alessandro atendeu) e pediu pro Alessandro colocar no speaker e deixar perto de mim, pra ela poder falar comigo. Ela me disse "Camilla, eu não quero que você faça força, ok?". E eu "hm-hum, yes", mas pensando que essa simplesmente não era uma opção. Com força ou sem força, o bebê ia sair. Estava acontecendo. Meu corpo estava no comando. Aliás, essa sempre foi a ideia. Quando conversamos sobre o parto, eu tinha dito a ela que não queria ninguém me dizendo que horas eu deveria fazer força. Eu nem pretendia fazer força nenhuma. Minha ideia era deixar acontecer naturalmente. Bom, no fim foi assim que aconteceu. Pois fazer força também veio naturalmente.
  Mais uma contração. Desculpe contrariá-la, dona parteira, mas fiz força sim. Logo em seguida o Alessandro veio me dizer que os paramédicos disseram que eu devia ir pra cama e deitar. Não sei se eles não entendem nada de parto ou se queriam tentar retardar um pouco as coisas. Meio a contragosto, rastejei até o quarto e me apoiei na beirada da cama. Outra contração. Força pela 4a. vez e... a cabeça saiu!! O Alessandro continua tentando falar com os paramédicos e a parteira ao mesmo tempo "The head is out! The head is out!!" (A cabeça saiu! A cabeça saiu!). Ouço ela dizendo pra ele passar a mão ao redor do pescoço, acho que pra ver se tinha alguma circular de cordão. Não tinha. Ela explica que na próxima contração o corpo vai sair. Eu respiro e espero. A contração vem, faço força pela 5a. e última vez e... Tyler nasce! Alessandro pega. Eu viro, sento no chão e o peço pra mim. A parteira pergunta se ele está respirando. Não sabemos. Ele abre a boca, mas não sai nenhum som. 1 segundo. Dois. Três. Quatro. Cinco. Um chorinho. Eu tiro minha blusa e o aconchego no meu peito. Mais um chorinho. Concluo que ele está respirando. Peço pro Alessandro toalhas pra cobri-lo. Elas já estavam separadinhas, lavadas e embaladas, em cima da escrivaninha, em frente à cama. Então rapidamente ele pega e nos cobre. Acabou. Está tudo bem. Hora do nascimento - 14:39.
  O Nathan aparece. Falei pra ele: "Olha, Nathan. O bebê saiu da barriga da mamãe!". Ele só dá uma olhadinha, fala "Bebê?", não vê muita graça e volta a brincar em seu quarto.

PÓS-PARTO
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  2 minutos depois do Tyler nascer, chegam ao mesmo tempo as duas parteiras e dois paramédicos trazendo macas!!Pelo que entendi, as parteiras subiram correndo os 12 lances de escada, enquanto os paramédicos vieram pelo elevador.
  Estava aqui pensando que os hormônios do parto devem inativar o senso de vergonha. Porque eu estava sentada no chão, numa poça gigantesca de líquido amniótico, sangue e mecônio, praticamente  pelada, só coberta por algumas toalhas. Mesmo assim, não tava nem aí pros intrusos. Não me passou pela cabeça um único pensamento sobre roupas, nudez, vergonha ou coisa parecida.
  A primeira pessoa que vi foi a parteira Tracy. Ainda lembro do sorriso dela quando me viu. Mais tarde ela disse que eu estava a serenidade em pessoa, sentada lá tranquila, como uma madona. :-) Ela perguntou como eu estava. Eu me sentia ótima! Nenhuma dor, nenhum cansaço, nenhum nada. Estava apenas feliz, sensação de dever cumprido.
  As parteiras começaram a desempacotar alguns equipamentos. Os dois paramédicos só ficaram parados na porta do quarto, olhando, como dois totens. Não teve pressa nem correria nenhuma. Ainda com o Tyler no meu colo, a parteira estagiária, Sara, mediu a pulsação, ouviu o coração, ouviu o pulmão e mediu a temperatura. Estava tudo bem, ele estava ótimo. Não precisava aspirar nada, violência praticada rotineira e desnecessariamente nos hospitais (principalmente no Brasil). Fizeram as mesmas checagens em mim, mediram pressão, temperatura, etc. Comigo também tudo perfeito. O Tyler continuava tranquilo no meu colo, sem chorar e tivemos a chance de ficar ali, juntinhos. Nada de levar correndo pra limpar, pesar, medir. E eu percebo que tudo o que me falaram sobre cheiro de recém-nascido não era mentira nem exagero. Gente, que cheirinho delicioso de vérnix! Eu lia outras mães contando nos relatos de parto que o cheirinho era bom, mas eu sempre duvidava. Como assim cheiro bom? Ele tá lá todo gosmento, talvez ensaguentado, não tem como esse cheiro ser gostoso. Pois é, pra minha felicidade eu estava errada. Como é bom poder ter esse contato com ele antes de qualquer pessoa, antes de qualquer limpeza. Com o Nathan não tive essa chance. Quando o trouxeram pra mim já estava limpinho e vestido. Que pena...
  Ah sim, agora pensando bem, teve uma coisa que elas fizeram correndo logo que chegaram: me deram uma injeção de pitocin na coxa. Elas falaram que o meu parto foi muito rápido e, nesse caso, eu tinha uma chance muito aumentada de hemorragia. A injeção era, portanto, pra evitar que isso acontecesse. Outra hora quero ler mais sobre isso, fiquei curiosa.
  Enfim, algum tempo depois, chegou a hora de cortar o cordão. Já estava branquinho, sem sangue, missão cumprida. A parteira passa um tesourinha esquisita e o Alessandro corta. Pouco depois coloco o Tyler no peito. Ele dá uma mamadinha fraquinha.
  Alguma hora chegou mais uma parteira, a Rhea. São sempre duas (uma pra mãe e outra pro bebê) e a estagiária não conta. E agora que já tínhamos tido um bom tempinho, ele já tinha mamado e estava tudo tranquilo, as parteiras queriam checar se estava tudo bem comigo lá embaixo e lidar com a expulsão da placenta. A Sara pegou o Tyler e aí finalmente um dos totens foi útil pra alguma coisa: me ajudou a levantar, hehehe. :-)
  Deitei na cama e acho que nessa hora os paramédicos foram embora. A Tracy olhou, falou alguma coisa que não me lembro, depois pediu pra eu fazer força e... plop! Nasceu a placenta. Enquanto isso a Sara fazia mais algumas checagens no Tyler. Vi de rabo de olho que ela repetiu todo aquele procedimento de pulsação, temperatura, etc e mais alguns, como reflexos e o teste do olhinho. Também aplicou a vitamina K. Por aqui não existe a forma oral à venda, tem que ser na injeção.
  Enquanto isso a Tracy ficou analisando a placenta e me explicando tudo. Me mostrou as ramificações, a forma como o cordão fica centralizado, me mostrou a bolsa rompida e falou: "Foi aqui que ele morou nos últimos 9 meses". Ohhh, que bonitinho. E que apertadinho! Bye bye, casinha do Tyler. Checou o comprimento do cordão: cerca de 2 pés, que é exatamente o esperado.
  Logo o Tyler voltou pra mim, embrulhado nos cueiros que eu tinha preparado para o parto. Coloquei pra mamar de novo. Dessa vez me pareceu que ele deu uma mamadinha melhor e mais comprida.
  Agora eu já perdi um pouco a noção de tempo, mas enfim o Alessandro pegou o Tyler, foi pra sala com ele e eu fiquei com as parteiras, que foram conferir "o estrago". Tive uma laceraçãozinha mínima. Um pouquinho de pele rasgou, mas nada envolvendo músculo. Engraçado que eu nem sabia direito que músculos poderiam ser rompidos!! Argh. Bom, resumindo tive que levar um único ponto. Um procedimento chatinho, mas que não doeu. Ela disse que quando se faz isso logo que o bebê nasce, normalmente nem precisa anestesiar, porque as endorfinas do parto já bloqueiam qualquer dor. No meu caso ela deu uma anestesiada, mas juro, nem senti a agulha entrar em lugar nenhum. Eu tava com medo desse ponto, mas foi tranquilo tranquilo. Aliás, é até meio engraçado. Eu planejo um parto em casa, sem anestesia, mas tenho medo de uma agulhinha. :-)
  Depois disso acho que não teve mais procedimento nenhum. Só um grande interrogatório, hehehe. Elas me perguntaram muita coisa! Horário que rompeu a bolsa, horário das primeiras contrações, enfim, aquelas perguntas do telefonema tudo de novo. E mais algumas. Onde eu estava quando ela ligou, o que eu senti, quantas vezes eu fiz força, que horas fui do banheiro pro quarto... Enfim, acho que estava tentando calcular a duração de cada uma das fases, para colocar no relatório dela. Foi a parteira que disse que o nascimento foi às 14:39. Ela disse que sabe porque "ouviu" ele nascer e checou o relógio. :-) Elas também foram caçar o absorvente que eu usei depois que a bolsa rompeu e fizeram uma mesa redonda pra decidir a cor do líquido. Após debate e votação, o vencedor é... líquido de cor amarelada!! Parabéns!! Depois elas ainda pararam pra me explicar muitas coisas. O que esperar quanto a sangramento, frequência das mamadas, cuidados com o umbigo e coisas assim.
  Enquanto o papo rolava, a única coisa prática que faltava era eu ir no banheiro. Aparentemente, isso era muito importante. Elas ficavam me perguntando o tempo todo se eu tava com vontade de fazer xixi. E eu: "Não, acho que não preciso ir". E elas: "Toma mais água!", hehehe. Elas também queriam ficar de olho quando eu levantasse da cama, pra ver se eu não ia ficar com tontura ou coisa parecida. Bom, eventualmente levantei e não vi nada de mais. Fui até lá, sentei, descarreguei e... bom, todo mundo sabe como isso funciona, né? :-) Voltei pro quarto e logo me perguntaram: "E aí, fez?".Respondi que sim e, depois das comemorações, cerimônia de premiação, medalha, etc, a parteira Rhea ficou satisfeita com a minha recuperação e foi embora.
  A Tracy e a Sara ainda ficaram, pra acompanhar a temperatura do Tyler mais um pouquinho. Primeiro, porque é o procedimento normal, pra ver se o bebê não vai ter febre, alguma infecção. Fora que, no meu caso, como o meu exame de Streptococos B tinha dado positivo, teoricamente eu teria que ter tomado antibiótico pela veia assim que elas chegassem pra acompanhar o trabalho de parto. Mas durante o pré-natal elas mesmas sempre diziam que, pelo meu histórico, achavam que talvez não desse tempo. Porque também ninguém ia parar pra furar meu braço se elas chegassem e eu estivesse... sei lá, no expulsivo ou quase. Mas falaram também que tudo bem, porque se o parto é rápido, a chance de uma possível infecção também é muito remota. E realmente, o Tyler não teve nada.
  Às 18:30 continuava tudo bem, tudo tranquilo, então elas me perguntaram se eu queria que ficassem mais um pouco. Como estava tudo bem, liberei as parteiras e enfim ficamos só nos 4: Eu, Alessandro, Nathan e Tyler. Eu e meus 3 meninos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
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  Acho que nenhum parto é totalmente como a gente imagina, mas esse até que passou perto. Eu torcia por um parto rápido e realmente foi. Eu torcia pra não ter que tomar antibiótico e realmente não tomei. Eu torcia por um bebê saudável e o Tyler nasceu perfeito. Tinha avisado as parteiras que não queria que elas me falassem pra fazer força. Eu queria fazer se/quando desse vontade. E realmente fiz tudo do meu jeito. Também estava fazendo auto-lavagem cerebral para me convencer de que as contrações não iam doer. Bom, não foi 100% indolor, mas foi muito, muuuito melhor do que no parto do Nathan. Naquele, eu gritava, urrava, mordia a toalha, sofri muito. Neste eu só respirava fundo e visualizava os músculos circulares do útero abrindo, dando passagem. A dor intensa foi só nos últimos 3 minutos no carro e nos minutos até chegar em casa. Quando eu já tava no banheiro e começou a vontade de fazer força, não era mais exatamente dor, era diferente. Ainda doía, mas eu não queria que passasse. Sentia que tava quase lá, que a cada contração ele ficava mais perto.
  Também não senti o famoso "círculo de fogo". Senti alguma coisa quando a cabeça passou, mas foi no máximo um círculo quente, hehehe. Achei que ia doer muito, muito mais. Mas o que me lembro é de uma grande sensação de alívio.
  De um modo geral, achei ótimo o modelo de assistência que recebi. Parto em casa assistido por parteiras, tudo coberto pelo sistema público de saúde é uma coisa maravilhosa! Elas chegam preparadas para diferentes tipos de assistências e emergências. Nas fotos não dá pra ver bem o tanto de coisa que elas carregam, mas enfim aí vão as fotos das 2 malas que trouxeram:


Também tive sorte de estar com parteiras muito bacanas. Elas limparam o chão do quarto, organizaram todo o lixo, brincaram com o Nathan... Aliás, pra quem se preocupa com a bagunça gerada, não precisa! Foi tranquilíssimo e o lixo se resumiu a 3 saquinhos:


A assistência delas continua por 2 meses. Vieram na minha casa no dia seguinte ao perto, vieram no 3o. dia, vieram no 5o. dia e virão novamente 2a.feira, que será o 10o. dia. Só depois disso é que vou ter que começar a sair de casa pra ir até o consultório fazer as checagens do Tyler.
  Enfim, resumindo, estou muito feliz com tudo. Até o Alessandro, que antigamente era tão contra parto em casa, parece feliz e satisfeito com a experiência. Foi tudo tão tumultuado que não tenho fotos do nascimento. Não tenho a famosa foto do "papai levando o bebê pra conhecer a mamãe". Ainda bem! Às vezes vejo fotos de todos de toquinha, mamãe amarrada na maca sem poder pegar o bebê no colo e acho tão triste... Melhor ter essa memória linda do papai passando o bebê direto pra mim, da mesma forma que ele foi concebido.

  E pra finalizar o post, uma foto do "resultado final", Tyler:


   Lindo, né? Eu que fiz. :-)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Maternity Pictures

  Aqui vão algumas das fotos que tiramos domingo passado. Pena que o restante da decoração não chega nuuuuuuuunca.















quarta-feira, 13 de junho de 2012

Bebê 2 - 38 semanas

  Acabo de completar 38 semanas e o Tyler continua aqui. O tampão também. Poxa, fiquei decepcionada. Com o Nathan perdi com 37 semanas, então passei os últimos 7 dias esperando "alguma coisa" acontecer. Sei que mesmo perdendo não dá pra adivinhar se vai nascer no dia seguinte ou 2 semanas depois, mas pelo menos é um sinal de alguma coisa acontecendo. :-)
  Continuo tendo contrações de Braxton Hicks diariamente. No sábado tive até um alarme falso. Elas ficaram vindo a cada 5 minutos, durante 1 hora! Isso entre 7 e 8 da manhã, eu ainda estava deitada. Mas aí levantei, tomei café, aí passou. Vai ver era só fome, hehehe.
  Dormir agora começou a ficar chato. Além de acordar umas 4 vezes pra ir no banheiro, é aquele sacrifício pra conseguir levantar da cama. E em vez de acordar melhor, acordo pior do que fui dormir. Ontem à noite, estava me sentindo ótima! Sem dor nenhuma, nem na junta pélvica!! Aí hoje já acordei com as costas meio estranhas e a dor na pélvis tinha voltado. Bléééé. Pra piorar, ainda estou morrendo de sono.
  Descobri que o melhor pra mim é não ficar muito tempo na mesma pose. Se fico muito tempo sentada bem retinha aqui na cadeira do computador, não tenho dor nas costas mas quando levanto estou com dor na junta pélvica. Aí levanto, fico fazendo limpeza, andando pra lá e pra cá, arrumando coisas e a dor na pélvis melhora. Mas aí cansa, né? Então eu deito um pouco no sofá, as pernas descansam, mas muito tempo no sofá molengo me dá uma dor na região do rim. Aí eu levanto de novo, alongo, ando pra lá e pra cá e a dor no rim passa. Mas aí fico cansada outra vez e... bom, fico assim, revezando as dores, hehehe. Nenhuma delas é muito terrível, mas lógico que incomodam.

  Aliás, ontem foi um dia bem bom. De manhã fui com o Nathan num playdate na casa de uma amiga e nem vi o tempo passar. Almoçamos lá e voltamos pra casa umas 14:00. Em seguida o Nathan dormiu até mais de 17:00, então consegui descansar. Às 18:00 fiz minha massagem e, depois, pra encerrar bem a gravidez, assisti um filme de grávidas - What to Expect When You're Expecting (O que esperar quando se está esperando). Bonitinho, bonitinho. Quando cheguei em casa o Alessandro já tava dando banho no Nathan, então eu só dei beijo de boa noite. Aí fiquei um pouco no computador e fui dormir. Feliz, contente e sem dores. :-) Encontro com as amigas mamães é sempre bom. Também fico bastante em pé, mas sempre tem ajuda pra tudo e não é faxina, né? Hehehe. Não tem esforço.


  Hoje foi minha consulta semanal. O Tyler continua de cabeça pra baixo e está numa pose bem boa (não posterior). Pelo jeito esse negócio de só sentar com as costas bem retas funciona mesmo. As costas do bebê seguem a lei da gravidade. :-) De resto tudo ótimo. Pressão normal, altura uterina perfeita pra 38semanas, nada de glicose ou proteína na urina, os batimentos do Tyler também perfeitos e regulares. Enfim, as parteiras continuam achando que ele não passa de 40 semanas, mas... continuamos esperando.

  Bom, pelo menos deu tempo de fazer minha sessão de fotos. :-) Agora, de tudo que está na minha to-to list, só falta chegar o resto da decoração do quartinho e pronto! Então agora esse vai ser o meu foco, pra não ficar pensando só no parto.
  Também estou fazendo a chatíssima e desconfortável massagem perineal, blééé. Odeio isso. Mas diz a lenda que ajuda a não ter laceração, então vamos lá.
  Agora cheguei infelizmente na marca dos 10kg, snif. E ganhei minha 1a. estria, buáááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááá. Não cabe choro suficiente neste post pra dizer como fiquei triste. :-( E se alguém estiver pensando em fazer um comentário tipo "Elas diminuem", "Depois quase não dá pra ver", "Mas é pelo seu filho", bibibi e bobobó, espero que não perca a oportunidade de ficar calado, humpf. Olha que sou uma grávida brava!!! Vai ajudar mais se me der dicas de creme ou tratamento pra reduzir estrias.
  Será culpa da barriga, que está maior nesta gestação? O peso está parecido, ganhei 1kg a mais, até agora. Aliás, já estou naquela fase que até alface engorda. As parteiras dizem que no finalzinho o metabolismo realmente fica super lento, porque o corpo tenta fazer estoque de gordura pra ajudar na lactação. Bom, espero que seja mais um sinal de que o fim está próximo.
  Ah, agora acho que é uma hora boa pra colocar aqui meus gráficos de gestação. Vai que eu não chego nas 39 semanas, né? Depois vou ficar com preguiça. Então aí vão eles:






 
  O do peso tá bem parecido, né? A diferença é que desta vez não emagreci no comecinho. Na gravidez do Nathan eu tinha muita azia e comia o mínimo possível e basicamente frutas. Nesta eu tinha enjoo e dor de estômago, mas ficar sem comer era pior.
  Já a barriga... olha como deslanchou, rsrsrs. Bom, talvez nem tanto assim. Mas quando a pessoa é pequena, como eu, 5cm fazem uma grande diferença!! Talvez sejam a diferença entre estria e não estria, snif...
  Bom, no meu gráfico da gravidez1, depois daquela subidinha no final o Nathan nasceu. E desta vez... façam suas apostas!!

MARCHA DO PARTO EM CASA

  Só ajudando a divulgar:






MARCHA DO PARTO EM CASA

Nos dias 16 e 17 de junho, mulheres ocuparão as ruas de várias cidades brasileiras em defesa dos seus direitos sexuais e reprodutivos, entre eles a escolha pelo local de parto.

No último domingo, dia 10 de junho, o Fantástico veiculou matéria sobre o parto domiciliar, o que causou bastante repercussão. O médico-obstetra e professor da UNIFESP, Jorge Kuhn, foi entrevistado e defendeu o domicílio como um local seguro para o nascimento de bebês de mulheres saudáveis com gravidezes de
baixo risco, segundo preconiza a própria Organização Mundial de Saúde.

No dia 11/06, dia seguinte à matéria, o CREMERJ publicou nota divulgando que fará denúncia ao CREMESP para punir o médico-obstetra Jorge Kuhn por ter se posicionado favorável ao parto domiciliar nas condições acima detalhadas.

O estudo mais recente publicado no British Journal of Obstetrics and Gynecology (2009) analisou a morbimortalidade perinatal em uma impressionante coorte de 529.688 partos domiciliares ou hospitalares planejados em gestantes de baixo-risco: Perinatal mortality and morbidity in a nationwide cohort of 529,688 low-risk planned home and hospital births. [http://www3.interscience.wiley.com/journal/122323202/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0]. Nesse estudo, mais de 300.000 mulheres planejaram dar à luz em casa enquanto pouco mais de 160.000 tinham a intenção de dar à luz em hospital. Não houve diferenças significativas entre partos domiciliares e hospitalares planejados em relação ao risco de morte intraparto (0,69% VS. 1,37%), morte neonatal precoce (0,78% vs. 1,27% e admissão em unidade de cuidados intensivos (0,86% VS. 1,16%). O estudo concluiu que um parto domiciliar planejado não aumenta os riscos de mortalidade perinatal e morbidade perinatal grave entre mulheres de baixo-risco, desde que o sistema de saúde facilite esta opção através da disponibilidade de parteiras treinadas e um bom sistema de referência e transporte.

Em repúdio à decisão arbitrária dos Conselhos de Medicina em punir profissionais que compreendem como sendo da mulher a decisão sobre o local do parto foi idealizada a MARCHA DO PARTO EM CASA. Entre as reivindicações, além da defesa pelo direito à liberdade de escolha, pela humanização do parto e nascimento e pela melhoria das condições da assistência obstétrica e neonatal no país, também está a denúncia às altas taxas de cesarianas que posicionam o Brasil entre os primeiros colocados do ranking mundial.

MARCHA DO PARTO EM CASA

Rio de Janeiro - RJ
Local: Praia de Botafogo, altura do IBOL - Passeata até o CREMERJ (Rua Farani)
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 10h da manhã
Contatos: Ingrid Lotfi (21) 9418-7500

São Paulo - SP
Local: Parque Mário Covas (atrás do Trianon) - Passeata até o CREMESP
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 14h da tarde
Contatos: Ana Cristina Duarte (11) 9806-7090

São José dos Campos - SP
Local: Praça Affonso Pena perto dos brinquedos
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 10h da manhã
Contato: Flavia Penido (12) 91249820

Campinas - SP
Local: Praça do Côco /Barão geraldo
Data 17 de junho, domingo
Horário: 14h da tarde
Contato: Ana Paula (19) 97300155

Ribeirão Preto - SP
Local: Esplanada do Teatro Pedro II
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 14h da tarde
Contato: Marina B Fernandes (16) 9963-9614

Sorocaba - SP
Local: Parque Campolim
Data 17 de junho, domingo
HOrário: 10h da manhã
Contato: Gisele Leal (15) 8115-9765

Ilhabela - SP
Local: Praça da Mangueira
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11h da manhã
Contato: Isabella Rusconi (12) 96317701 / Alejandra Soto Payva (12) 91498405

Vitória - ES
Local: Praia de Camburi - Ponto de encontro em frente ao Banco do Brasil
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 9h da manhã
Contatos: Graziele Rodrigues Duda 8808-8184

Brasília - DF
Local: próximo ao quiosque do atleta, no Parque da Cidade - Passeata até o eixão
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 09h30h da manhã
Contatos: Clarissa Kahn (61) 8139-0099 e Deborah Trevisan (61) 8217-6090

Belo Horizonte - MG
Local: Concentração na Igrejinha da Lagoa da Pampulha
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 12h30 da tarde
Contato: Polly (31) 9312-7399 e Kalu (31) 8749-2500

Recife - PE
Local: Conselheiro Portela, 203 - Espinheiro - Em frente ao CREMEPE
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15h da tarde
Contatos: Paty Brandão (81) 8838 5354 \ 9664 7831, Patricia Sampaio Carvalho

Fortaleza - CE
Local: Aterro da Praia de Iracema
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 17h da tarde
Contato: Semírades Ávila

Salvador - BA
Local: Cristo da Barra até o Farol
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11hrs da manhã
Contato: Daniela Leal (71) 9205-9458, Anne Sobotta (71) 8231-4135 e Chenia d'Anunciação (71) 8814-3903 / 9977-4066

Curitiba - PR
LOcal: Rua Luiz Xavier - Centro - Boca Maldita
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 11 hrs da manhã
Contatos: Inês Baylão (41) 9102-7587

Florianópolis - SC
Local: Lagoa da Conceição - concentração na praça da Lagoa, onde acontece a feira de artesanatos
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Ligia Moreiras Sena (48) 9162-4514 e Raphaela Rezende (raphaela.rnogueira@gmail.com)

Porto Alegre - RS
Local: Parque Farroupilha (Redenção), Concentração no Monumento ao Expedicionário
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15:00hrs
Contatos: Maria José Goulart (51) 9123-6136 / (51) 3013-1344









Vitória - ES
Local: Praça dos namorados - Frente ao Bob's
Horário:  17hrs

Maceió - AL
Data: Domingo (17)
Horário: 10h
Local: Alagoinhas - até a Vera Arruda. Lado a lado com a Marcha das Vadias.

Aqui a matéria sobre a retaliação do CREMERJ: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/06/11/cremerj-abrira-denuncia-contra-medico-que-defende-parto-domiciliar/


Aqui está a matéria veiculada no Fantástico:
http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/parto-humanizado-domiciliar-causa-polemica-entre-profissionais-da-area-de-saude/1986583/

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Bebê 2 - 37 semanas

  Estamos naquela fase de consultas toda semana. Mas aí fica aquela consulta sem muito assunto... Antes eu ficava lá 1hora, fazendo perguntas e respondendo perguntas. Hoje, acho que mal passou de 15 minutos. Um recorde! :-)
  Ela mediu a pressão, mediu a altura uterina, checou os batimentos cardíacos, verificou a pose (continua de cabeça pra baixo) e... praticamente só isso. Ah sim, anotou o meu peso e perguntou se tinha alguma alteração na minha urina.
  Não sei se já comentei aqui ou não, mas antes de toda consulta eu tenho que ir no banheiro, encher um potinho com urina e colocar um papelzinho lá dentro, pra ver se tem proteína e pra ver se... se... hmmmm, se tem mais alguma coisa que esqueci agora. Acho que tem a ver com a glicose. Enfim, você coloca o papelzinho e, se não mudar de cor, tá tudo certo. Como o meu nunca mudou de cor, não sei exatamente o que aconteceria. Provavelmente eu teria que fazer mais exames pra descartar diabetes gestacional e alguma outra coisa.
 
  Por aqui o pessoal é bem cuidadoso pra não fazer nada que te deixe exposto ou constrangido, a não ser que realmente seja necessário. Eu já tinha percebido isso quando fui fazer a massagem. Com as parteiras é a mesma coisa. Já estou com 37 semanas e nunca tive que abrir minhas perninhas. Nunca tive que colocar aqueles aventaizinhos de hospital. A única coisa que faço é levantar a blusa e expor a barriga pra poder ouvir os batimentos.
  Com umas 36 semanas é comum ter que fazer um exame vaginal pra ver se tem estreptococos do tipo B. Achei que dessa vez não ia escapar, mas que nada! A parteira apenas me deu uma espécie de "cotonete" pra passar lá dentro, me deu algumas instruções e me mandou pro banheiro. Só! Achei ótimo. :-) Quando tava grávida do Nathan, em todas as consultas de pré-natal a 1a. coisa que eu tinha que fazer era ir lá tirar a roupa e colocar o tal aventalzinho constrangedor.

  Lembrei disso tudo porque hoje pela 1a. vez ela perguntou se eu ia querer fazer algum exame de toque, pra ver se já estava começando a dilatar. Blééé, eu não. Além do exame ser desagradável, se eu já estiver começando a dilatar é capaz de eu ficar ansiosa, achando que vai nascer a qualquer momento. Não não, me deixa quietinha e calminha aqui no meu canto. :-) Combinamos de considerar novamente o assunto se eu chegar em 40 ou 41 semanas e o Tyler ainda estiver na barriga.

  É, acho que não tem mais nada de emocionante pra contar, mesmo. Achei que hoje eu ia descobrir se ele continua na posição posterior, mas essa parteira não é muito boa em decifrar poses. Mas também, ela é bem mais delicada, praticamente não apertou a barriga, só um pouquinho e de levezinho até achar a cabeça. Já a parteira1 e a parteira3 (a estagiária) vão apertando, apertando, quase como sovando massa de pão, hehehe. E pedindo desculpas o tempo todo, claro. :-) Mas tudo bem, semana que vem a consulta é com a parteira1, aí eu pergunto de novo.

  Tô tão curiosa pra saber o peso e o tamanho dele! É tão diferente não fazer ultrassons o tempo todo, igual na gestação do Nathan. Como a barriga cresceu mais, acho que ele vai ser maior e/ou mais pesado. Mas quanto??? Mistérios, mistérios! Enquanto isso, sigo esperando, esperando...

terça-feira, 5 de junho de 2012

Bebê 2 - últimas semanas de barriga

  Hoje completo 37 semanas de gestação. O bebê agora é considerado oficialmente "full term" e, portanto, não mais prematuro se nascer agora. Ou seja, pode vir, Tyler!
  Quer dizer, na verdade eu ainda acho melhor que ele espere mais umas 2 semaninhas. Sei lá, 37 semanas ainda parece tão cedo. Fora que, pra variar, eu ainda estou indecisa com algumas coisas. Por exemplo, passa dia e passa noite e eu não consigo decidir se compro ou não uma poltrona de amamentação. Eu usei muuuuito, muito mesmo com o Nathan, praticamente morava lá. Mas agora estou pensando em simplesmente levar pro quarto a poltrona da sala. Afinal, na sala a gente não usa praticamente nunca, estamos sempre nos sofás de 2 e 3 lugares. Tanto que no dia do chá de bebê arrastei ela pra um canto, não arrastei de volta, ela tá lá esse tempo todo sem ser usada e ninguém sentiu falta.
  Fora que, embora à noite eu vá amamentar no quarto, durante o dia, quando estiver sozinha, é bem possível que eu amamente na sala, pra poder ficar de olho no Nathan. E conhecendo meu menininho, ele vai querer ficar grudado, bem junto, se possível em cima da minha cabeça... Então vou sentar no sofá de 2 ou 3 lugares. Ou seja, também não vou sentir falta do sofá de 1 lugar.
  Ah, por acaso ele também combina com a decoração do quarto do Tyler, hehehe. Isso é importante. :-) Assim também economizo um pouco e depois é uma tralha a menos pra vender. Como moramos em apartamento, não aguento mais tralhas! Já vivo xingando uma poltrona/cadeira que o Alessandro comprou pra jogar vídeo game, que não combina com nada e parece que tá sempre no caminho, atrapalhando.
  E por falar em decoração, comprei pela internet uns itens pra parede do quarto, mas esses atrasaram bastante e até agora não chegaram, bléééé. Embora essa demora seja chata, o bom é que aí fico ansiosa só pras coisinhas chegarem e não pro bebê nascer logo. :-) Fora que ainda estou querendo fazer aquelas fotos de gestante. Na gravidez do Nathan, acabei não fazendo por causa da minha super-hiper-power tosse.

  Eu continuo aqui com minhas dores que vão e vem e migram de lá pra cá. Às vezes parece dor no ciático e às vezes dor na junta pélvica. E, claro, uma dorzinha na lombar de vez em quando. Tão diferente da gravidez do Nathan, que eu não tive dor nenhuma. Bom, não desse tipo. Só aquela nas costelas, mas isso foi por causa da tosse, não da gravidez. Mas enfim, desde que eu não abuse e não fique horas "passeando" por aí, elas são tranquilas de lidar.

  Na consulta da semana passada a parteira viu que ele agora, apesar de continuar de cabeça pra baixo, está na posição posterior. Isso significa que as costas dele estão lá atrás, nas minhas costas, e ele está olhando pro meu umbigo. Essa pose faz com que eu tenha mais dor nas costas. Na hora de nascer, o ideal é que ele gire e fique na posição anterior. Ou seja, ainda de cabeça pra baixo, mas com as costas encostadas no meu umbigo. Porque se o bebê continua na pose posterior, ele demora mais pra conseguir encaixar e o parto pode ser mais longo.
  Essas coisas foi o Dr. Google que me disse, hehehe. Porque as parteiras mesmo não ligaram muito. Como esta é a minha 2a gestação, as coisas já estão mais "abertas" e há mais espaço pra manobra. Então elas disseram que quando começarem as contrações, com certeza ele gira pro lado certo. Mesmo elas falando isso, agora fico sempre pensando em que pose ele está e apertando a minha barriga, tentando adivinhar, hehehe. Mas acho que ele muda o tempo todo, fica girando que nem um pião. :-) Bom, agora já estou tenho consulta toda semana, então vamos ver 6a.feira como ele está.

  Continuo fazendo pilates e durmo até que bem à noite, só acordando 2 ou 3 vezes pra ir no banheiro. Ah, essas levantadas noturnas sempre são doloridas. A bexiga cheia deve pressionar alguma coisa, que pressiona outra coisa... Só sei que sempre que acordo, tá tudo doendo ali na região pélvica. E pra levantar da cama é uma dificuldaaaaade. Se levantar muito rápido dói as costas. Tem que virar de lado, levantar o tronco, pensar na estratégia pra girar as pernas sem forçar muito a junta pélvica... Enfim, maior manobra! E por azar, sempre que levanto estou morrendo de sede, aí tomo água triste, já pensando na próxima levantada, hehehe.

  Em geral estou bem tranquila, sem muita ansiedade, sem muito medo. Estou otimista e achando que vou ter um parto rápido e praticamente indolor. Tipo arrancar band-aid! :-) Então vou terminar o post com esse otimismo. Com o Nathan comecei a perder o tampão com 37 semanas, então agora vou ficar de olho, esperando alguma coisa acontecer.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sabotando a felicidade dos filhos

  Esses dias li uma matéria no site da Época que falava sobre o que faz as crianças felizes. Fizeram uma pesquisa com várias crianças e os resultados, segundo a matéria, foram surpreendentes. O que as deixa mais felizes é ficar com a família!! Não só pai, mãe e irmãos, mas avós também. E fazer refeições em família. Prosaico, não? :-) Mas claro que os aniversários também são motivos de alegria e foram mencionados.

FAMÍLIA Pais, avós e irmãos por perto (Foto: Fonte: Pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido da Sociedade Brasileira de Pediatria. O levantamento foi realizado com 1.525 crianças, de 4 a 10 anos, de 131 municípios (seguindo o Censo 2010))

  E sobre o que deixa as crianças tristes, a resposta mais frequente foi: brincar sozinho!!

  Bom, eu li essa matéria e fiquei pensando... O que todo pai e mãe sempre quer mais que tudo é que os filhos sejam felizes, certo? É o que eu quero e também o que sempre vejo todo mundo repetindo por aí. Bom, me parece então que alguns pais estão sabotando, sem querer, a felicidade dos filhos. Digo isso porque muita gente acha necessário estimular ao máximo a independência das crianças e, por incrível que pareça, até dos bebês! Mas desde quando independência é sinônimo de felicidade?
  A gente coloca pra dormir no bercinho, no próprio quartinho e fala com orgulho "Ele dorme no berço desde bebê! Ele adormece sozinho! Ele dorme a noite toda sem dar trabalho" e por aí vai. Quando a criança está brincando sozinha, ou quieta vendo tv, o que a gente fala? "Olha como está comportadinho!". Aparentemente se comportar bem é brincar sozinho e não dar trabalho. Confesso que eu mesma já falei isso algumas vezes. Falei sem pensar, lógico.

  O Nathan tem 2anos e meio. E é tão óbvio o que mais o deixa feliz. Ele gosta de ir no parquinho, gosta de ver desenhos, gosta de brincar de fazer comidinha, gosta de seu ursinho, etc. Mas ele troca qualquer coisa pra brincar de pega-pega com o papai e a mamãe. Ou simplesmente que fiquemos os três no tapete, brincando de qualquer coisa. De fazer cócega, ou ele põe a gente pra dormir, ou ele fica correndo do pai pra mãe e da mãe pro pai. Enfim, brincar com nós dois ao mesmo tempo é o que ele mais gosta.

  Aqui no Canadá as crianças são estimuladas a serem independentes desde pequenas. Fazer pequenos trabalhos em troca de dinheiro é bem normal. No começo elas cortam a grama ou limpam a neve pros vizinhos. E assim como todo mundo já viu nos filmes, realmente os jornais contratam crianças para fazer as entregas. Sempre tem anúncio no jornal procurando entregadores. Coisa pequena, claro. Normalmente a criança entrega em sua própria rua, apenas algumas quadras. Mas enfim, o senso de responsabilidade já vai sendo cultivado desde cedo. Essa parte eu acho bem bacana.
  Já uma coisa que me espanta um pouco são os acampamentos de verão. Crianças de 4 anos já estão passando várias noites (ou semanas) longe de casa, longe dos pais. Me parece ainda tão prematuro!! Mas talvez crescendo aqui no Canadá, inseridas nesse contexto elas já estejam acostumadas e não sofram com isso. Ainda não sei...
  
  Bom, enquanto isso eu estou passando muito tempo com o Nathan, brincamos muitos e, embora normalmente ele durma sozinho a noite toda, eu durmo junto com ele sempre que ele me chama. Pra melhorar, só falta passar mais tempos com os avós. :-) Ainda bem que ainda este mês vamos ter uma vovó por aqui. Eba!!! 

  E só pra não ficar mais um post sem fotos, aí vai uma do Nathan pulando na cama e fazendo pose pra foto.