Quando mamãe virou um monstro

Adorei essa coluna da Isabel Clemente. Principalmente quando ela diz que "basta um homem omisso para ajudar a criar uma mulher autoritária". É verdade. Acho que uma grande parte dos maridos de hoje trocam fraldas, cozinham, dão banho no filho. As coisas estão bem melhores que antigamente. Mas tem um muito de coisinhas que são praticamente invisíveis, só que tomam muito do nosso tempo. E ocupam a mente.

  Chega a noite e o pai já tá em frente à tv, relaxando, se preparando pra dormir, enquanto a mãe tá se preocupando com o que o filho tem que levar na escola no dia seguinte, programando ida ao mercado pra comprar leite que tá acabando, pensando no tênis que tá pequeno e precisa de substituição, ter que ligar para marcar uma consulta, levar pra tomar uma vacina... São coisas que às vezes não tomam tanto tempo, mas estressam. São responsabilidades. E a mãe sabe que, se ela não fizer, elas simplesmente não serão feitas. A distribuição de tarefas ainda está muito longe de ser igual entre homens e mulheres.

  Mas como a Isabel escreveu muito bem, vou repetir aqui o que ela postou:

Quantas mulheres estão por aí, neste momento, virando monstros porque os maridos…
 
- Fingem não ouvir quando os filhos pequenos chamam várias vezes de madrugada;
-  Sentam calmamente para assistir ao jogo enquanto mamãe-monstro corre para lá e para cá, sozinha, para arrumar os três filhos para a festinha que vai começar em 15 minutos;
- Perguntam pela enésima vez onde afinal está a roupa da criança, embora ela tenha separado uma muda de roupa em cima da cama enquanto tenta tomar um banho em paz;
- Nunca sabem preparar o lanche, o prato do jantar nem a temperatura da água da banheira;
- Nunca lembram de dar o remédio diário se ela não deixar bilhete por escrito;
- Ficam irritados porque ela demorou dez minutos a mais no salão;
- nunca podem sair mais cedo do trabalho para ir à reunião na escola;
- nunca podem entrar mais tarde no trabalho para levar o filho ao pediatra;
- são sempre os bonzinhos da parada, nunca repreendem, nunca brigam e deixam o papel de cerceadora para a mãe;
- em vez de fazerem valer a autoridade paterna, preferem mandar recadinhos pela mãe;
- na vez deles de ficarem com as crianças optam sempre pela opção mais fácil: levam para almoçar num fast food, deixam a televisão ligada direto e só lembram de dar banho porque mãe-monstro ligou irritada para saber se estava tudo bem;