terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A escolinha do Nathan

  6a.feira seria o último dia do Nathan na escolinha. Digo "seria" porque não o levei. Semana passada recebi um email dizendo que teve um caso de catapora na escola. Não na turma dele e sim na classe dos 4-5anos. Como eles nunca se encontram, não compartilham o playground nem nada, o levei pra escolinha assim mesmo na semana passada, até porque eu tinha consulta no dentista. Aí teve fim de semana, Natal, feriado e, na 4a.feira desta semana, recebi outro email dizendo que teve um caso de catapora entre os toddlers (justamente a faixa etária do Nathan). Portanto, como eu não quero que ele fique doente, ficou em casa.
  Achei muito legal a postura da escolinha. No email não só eles avisam o que aconteceu, como também instruem os pais sobre quais sintomas eles devem prestar atenção e recomendam não enviar a criança pra escola se eles estiverem presentes. É bom que com isso evitam-se surtos e contágios. Quer dizer, evita-se o máximo que dá pra evitar, né? Algumas doenças ficam incubadas por várias dias e, quando a criança finalmente apresenta os sintomas, já teve tempo de contaminar várias outras. A catapora também tem esse tempo de incubação, então pode até ser que ele ainda apresente sintomas. É pouco provável, já que eu tive catapora e o Nathan ainda mama, mesmo que muito pouquinho. Bom, nada que se possa fazer, agora. Mas também não estou preocupada.

  Enfim, queria registrar como é a escolinha dele, antes que eu me esqueça. Algumas coisas eu já comentei quando estava contando da adaptação. Bom, aqui vai mais um pouco.

  Uma das coisas que mais gostei na escolinha foi o espaço físico. A escola é bem grande. A própria salinha dele já é bem espaçosa e iluminada, com janelas enormes. E toda sala tem frigobar, onde sempre tem água fresca e leite. E anexo a cada classe tem um banheiro também bem grande, cheio de piazinhas e privadinhas, para aqueles que estiverem começando a sair das fraldas. Não tem chuveiro ou banheira. Aqui não existe essa história de tomar banho na escolinha. Tão diferente do Brasil!
  Lembro que quando o Nathan foi pra escolinha em Jaguariúna, com 6 meses, eu nem queria que dessem banho. Afinal, eu gostava de dar banho pessoalmente nele todos os dias, antes de dormir. E um banho por dia já é o suficiente, certo? :-) Aí após alguns dias a tia falou pra mim: "Ahhhh, deixa a gente dar pelo menos um banho, vai? A gente gosta tanto!". Hehehe. Aí deixei. Fazia parte da rotina da escolinha e é importante que todas as crianças sigam a mesma rotina. E no verão os bebês tomavam 2 banhos por dia, um de manhã e outro à tarde. Com isso, o Nathan acabava tomando 3 banhos por dia. Isso que é bebê limpinho, hehehe. E como eu só usava um sabonete o mais natural possível (e muitas vezes nem sabonete usava), ele nunca ficou com a pele ressecada, irritada nem nada parecido.

   Bom, mas voltando à escolinha canadense. Na hora de brincar lá fora, também não é apenas UM pátio. São 3 ou 4 playgrounds. Um para os bebês até 18meses, outro para os toddlers de 18-30meses. Aí acho que tem outro para os prescholers (2,5 a 4anos) e o último pras crianças maiores. A lei determina que as crianças têm que brincar lá fora por 1hora de manhã e mais 1hora à tarde, então é importante que o lugar seja legal. E se estiver chovendo ou muito frio (o que aqui significa temperaturas abaixo de -15 graus), tem um ginásio interno que eu também achei bem grande.
  Fora a sala oficial de cada classe, a escola também tem 5 salas especiais:
1. Sala de música - onde eles ouvem música, brincam com instrumentos musicais, etc.
2. Sala de drama - onde eles brincam de imitar situações do dia-a-dia. Seja brincando de cozinhar (ou cozinhando de verdade, no caso dos mais velhos), de fazer compras, fazendo teatrinhos, sei lá.
3. Sala dos computadores - para videozinhos, joguinhos, etc
4. Sala de arte - para fazer artes mais elaboradas.
5. Sala de leitura
  Achei interessante a ideia das 5 salinhas. Quebra a monotonia de ficar sempre na mesma sala, além de estimular mais a criatividade. Bom, pelo menos pareceu que sim... E gostei da sala de música, já que o estudo de música na infância favorece o aprendizado global.

  Outra coisa que me fez escolher essa escolinha foi que eles ofereciam atividades Montessori. Bom, pra quem não conhece, ia demorar uma eternidade pra eu explicar o que são e como funcionam as escolas Montessori. Fora que nem eu sei exatamente como elas funcionam, só sei o que pesquisei na internet. Mas vou fazer uma tentativa de resumir. 
  Em uma escola Montessori (e aqui falando de escola mesmo, não escolinhas), não tem aquele esquema tradicional de o professor ficar lá na frente falando e cada aluno em sua carteira, ouvindo. Não. Nas Montessori cada aluno faz o seu horário, escolhe qual assunto quer estudar primeiro, por quanto tempo e estuda sozinho. O professor fica passeando pela sala e vai ajudando, orientando conforme seja necessário. Outra coisa é que o aprendizado normalmente não é "ler+exercícios escritos". Nas Montessori usa-se ao máximo o aprendizado por meio de coisas manuais, que se podem visualizar. Tipo, aprender matemática usando blocos que ajudem a visualizar quantidades. Enfim, pra mim o mais legal é que cada aluno faz seu próprio ritmo, assim não ficam entediados (quando aprendem muito mais rápido que os colegas) nem se sentem desanimados (quando precisam estudar mais um certo assunto que os outros). Futuramente, se tivermos dinheiro, talvez eu coloque meus filhos (que coisa, agora é no plural) em uma Montessori. Eu acho que teria adorado estudar em uma escola assim!!
  Mas enfim, o Nathan ainda é bem novinho e, portanto, o que a escolinha oferece são apenas algumas atividades feitas com os trecos da linha Montessori. Nessas atividades a criança aprende alguma coisa sozinha e por meio de alguma coisa manual. Nessa idade, acho que aprendem sobre blocos, cores, nem sei direito.

  A escolinha também tem sua própria cozinha e seu próprio chef de cozinha. E toda a comida servida é preparada no local. Toda mesmo! Inclusive pães e bolachinhas. Lá não servem nada industrializado. Ou quase nada, vai. Acho que eles devem comprar o cream cheese e a geléia. :-)
  Achei o cardápio bem variado e gostei que tem bastante fruta. Ah, uma coisa que achei diferente é que aqui toma-se leite durante o almoço. Achei bem esquisito, mas o Nathan gostou bastante. Ele sempre toma uns 2 ou 3 copinhos de leite junto com a refeição. Principalmente quando não gosta muito do cardápio, hehehe.


  As salas dos toddlers têm lotação máxima de 15 crianças e 3 professoras, já que a proporção oficial é 1 professora para 5 crianças. A classe do Nathan não estava lotada, então eram 2 professoras e 10crianças. Fora a "líder" que cuidava das três classes de toddlers. E, como já contei antes, cada professora é responsável sempre pelas mesmas 5 crianças, para favorecer o vínculo. Eu reparei que isso realmente acontece. Nas últimas vezes que o Nathan foi pra escolinha, quando via a Laura, ia correndo pra ela. Ela o pegava no colo, o Nathan me dava tchauzinho e beleza, pode ir embora, mamãe. Por outro lado, quando chegávamos e ela não estava lá, ele ainda dava uma choradinha quando eu ia embora, mesmo no colo de outra professora. Enfim, ainda não sei se realmente essa é uma boa estratégia, porque as moças me falavam que, quando a Laura ia embora antes de eu chegar, ele também chorava. É legal ele ter um vínculo maior com alguém, mas a impressão que tive é que, com isso, ele não formou vínculo nenhum com as outras professoras. Bom, pode ser porque foi pouco tempo, também. Só 2 meses e 2,5 vezes por semana.
  Outra coisa que não gostei muito foi do esquema das estagiárias. Como a escolinha fica aberta das 07:00 às 18:00, nenhuma professora fica lá todo esse tempo, então elas vão fazendo um esquema delas e a gente nunca sabe quem está lá que horas. Aí, talvez pra suprir algumas lacunas, todo dia tinha uma ou mais "estagiárias" por lá. Por um lado isso é bem legal, porque aumenta  número de moças pra dar atenção pras crianças. O chato é que o revezamento me pareceu muito grande. Eu via uma moça 2 ou 3 vezes e depois nunca mais. E elas estavam lá principalmente no fim da tarde. Então, quando eu ia buscar o Nathan, às vezes eu tinha a impressão que ele estava meio "largado" lá. Bom, tá certo que essa é a hora do "free play", então realmente cada criança tava brincando com o que queria. Mas teve dias que eu cheguei e a única professora tava no banheirinho trocando uma fralda, na sala principal algumas crianças, algumas estagiárias e alguns pais também buscando seus filhos. Nisso eu peguei o Nathan, peguei o relatório diário e... ninguém me falou oi, ninguém me falou tchau. Tive a impressão que ninguém me viu entrar, ninguém me viu sair. Sei lá, não gostei.
 
  Ah, mencionei o relatório diário, né? Esse eu achava bem legal e completo. Eles colocam que quantidade a criança comeu de cada comida, em cada refeição; quanto tempo dormiu; se fez xixi/cocô e também fazem um resuminho das atividades do dia. Tirei foto de um dos relatórios do Nathan:

  Fora isso, só faltou falar das professoras. Mas aí fica difícil de opinar. Tinha dias que eu achava a professora do Nathan legal, carinhosa e tal. Ela sempre pedia abraço quando ele chegava e, algum dia, eu vi ela beijando uma das crianças - coisa raríssima por aqui. Abraço tudo bem, mas beijo não. Mas no geral, sempre acho que fica faltando alguma coisa, embora eu não saiba explicar o quê. Só fiquei com aquela sensação de que elas não gostavam de crianças tanto assim. Na escolinha do Brasil eu sentia justamente o contrário, que as tias pareciam que adoravam cada uma das crianças.
 
  Bom, acho que já chega de escrever sobre a escolinha. Deixa eu postar isso aqui logo antes que os hackers voltem a invadir o meu blog. Humpf.

7 comentários:

  1. Nossa, qta diferença...parece q infraestrutura muito boa, calor humano nem tanto né...Na escola da Bê nunca dão banho, que nem aí...me lembro que cheguei no primeiro dia com toalha, pq sempre achei, vá que tenha q dar banho! Até o dia que me falaram não precisa! Tudo bem, confesso que não gostei, pensei em qtas vezes eu precisava dar banho pq o coco tinha sido horrendo, ou pq vomitou...mas tudo bem, superei. O relatório é bem parecido com o da Escolinha da Bê....até as coisas pra marcar...pq não dá tempo de ficar escrevendo mesmo...é coco, comida, o q tomou, observações (q se põe o q precisa ser trazido), e como passou, agitada, calma....Só q são várias páginas impressas em uma agenda...vi q no do Nathan é impresso todo dia, pois muda a comida do almoço né. Lá na escola não tem chef...tão legal né, pq não precisa ficar pensando no q levar...mas por outro lado, é legal escolher o q eles comem tb né, só a gente sabe o q vai e o q não vai. Me dá medo da Bê não comer pq nao gosta...q hackers????bjos

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  2. Ah, esqueci de comentar, lá na escola da Bê tb noto que sentem falta dela, dão beijo, parecem realmente gostar muito dela, sabe...qdo ela não vai, as profes ligam, me escrevem no face, orkut, ficam preocupadas...a adaptaççao foi difícil no começo, agora é difícil tirá-la de lá, sabe...qdo vou buscar, fico prometendo coisas, pq ela nao quer ir embora!!!

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  3. Cá,
    q post completaço!
    Li tudo!
    Não vejo a hora do Ben ir pra escolinha com os coleguinhas dele...
    Como está o baby no forninho??
    Passaram os enjoos?
    Excelente 2012!!!!
    bjs

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  4. Legal ver que você está interessada em uma escola montessori. Mas ainda não me decidi totalmente se gosto mesmo dela. A ideia me parece interessante, mas acho que liberdade de escolha demais também pode ser prejudicial ao desenvolvimento dos alunos. Afinal, se uma criança só gostar de educação física quando é que ela vai aprender matemática? Li que os professores tentam, num caso assim, estimular, persuadir, etc. Mas sei lá e se não der certo?

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  5. Nossa Camila,é interessante ver esse outra lado do ensino... aqui no Brasil quando pouco cada tia fica com umas 20 crianças... bjos

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  6. Oi Aline. Eu nunca me preocupei com isso de ele não comer, porque não gostou do cardápio. Pelo contrário, acho que com o tempo talvez seja uma chance de ele experimentar coisas novas e começar a gostar. E quando ele comia pouca comida, as tias sempre ofereciam fruta de sobremesa, então não passava fome. Fora o leite, que ele tomava um monte!!
    Ah, falei hackers porque o Alessandro invadiu o meu blog pra falar que eu só fico jogando videogame. :)
    Beijo!

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  7. Oi Pam. Os enjoos praticamente se foram, ufa!! Feliz 2012 pra vocês, também! Beijo.

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