Ainda não escrevi muito sobre a gravidez propriamente dita e, na verdade, ia até esperar um pouco mais. É que tudo ainda parece tão irreal, tão de mentira. Mas o cansaço, o sono, os enjoos e a azia constante me lembram que tem algo diferente acontecendo.
A DESCOBERTA
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Logo que descobri a gravidez, meu primeiro pensamento foi: "Tadinho do Nathan!". Sim, eu só conseguia pensar no Nathan, que ele ia sofrer, que ele ia ficar com ciúmes, que ele não ia entender e blábláblá. Bom, eu sei e todo mundo sabe que crianças sentem ciúmes com a chegada de um irmãozinho. Normal. Maaaaas... acho que o que pegou pra mim foi que algum tempo atrás eu li um texto de um psicológo falando sobre como crianças pequenininhas reagem a essa novidade.
Já faz tempo que eu li e não lembro muitos detalhes. Mas lembro certinho de ele dizendo que, para crianças abaixo dos 3 (acho) anos, é como se o seu marido chegasse em casa com uma nova esposa, dizendo pra você: "Olha, querida, a partir de agora eu vou ter 2 esposas. Mas não se preocupe, que eu vou amar vocês duas igualzinho, viu? Você vai continuar sendo o meu amor". E pra piorar, no começo a nova esposa vai demandar mais atenção.
Terrível essa analogia, não? Pensar que seu filho vai se sentir assim, traído, abandonado, rejeitado... Hoje ele é minha razão de viver, minha vida, meu tudo. E de repente... não vai ser mais. Ele vai sentir a diferença.
Mas claro, nem tudo está perdido. O autor dizia que isso acontecia mais fortemente com crianças pequenininhas. Eu acho que ele dizia abaixo de 3anos, mas não tenho certeza. Porque depois disso as crianças já entendem melhor o mundo, já sabem o que significa esse negócio de irmãos, têm amiguinhos que têm famílias grandes e assim por diante. Então, mesmo que a criança se sinta muito triste no começo, no fim tudo se ajeita.
Enfim, esse é o motivo do meu drama. Um artigo escrito por esse feio chato bobo careca!! Esse era uma das razões pelas quais eu planejava uma diferença de 3 ou 4 anos entre os filhos.
MUDANÇA DE PLANOS
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Não é à toa que o Nathan começou a ir pra escolinha este mês. A ideia era eu dar uma atualizada no meu currículo, uma estudadinha básica e... voltar a trabalhar. Pois é, era, né? Eu estava em contato com um recruiter, estávamos discutindo vagas. Fui honesta e perguntei a opinião dele sobre procurar emprego estando grávida. Ele me disse que era melhor esperar. Que se eu contasse provavelmente ninguém iria me contratar e, se não contasse, ia pegar muito mal depois.
Então é isso. Pelo menos mais um ano sem trabalhar. Provavelmente mais. Deu uma peninha. Eu estava chateada de ficar menos tempo com o Nathan mas, ainda assim, a ideia de voltar a trabalhar me animava. Eu gosto do ambiente de escritório, de me sentir útil, de ganhar dinheiro... :-)
DÚVIDAS
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Se eu não vou trabalhar, o Nathan continua na escolinha ou sai da escolinha? Essa dúvida na verdade permanece. Eu e o Alessandro conversamos várias vezes, mas ainda não chegamos a uma conclusão. O principal é que a gente não tem dinheiro pra bancar, o que praticamente encerraria o assunto. A gente gasta mais por mês do que o Alessandro ganha. Não estávamos preocupados porque temos alguma reserva e esperávamos que eu fosse arrumar emprego relativamente fácil e rápido, assim como ele.
Por outro lado, eu queria manter o plano de dar uma estudada, mesmo grávida, pra não ficar tão desatualizada. Fora que, depois que o bebê nascer, talvez me ajude bastante a descansar.
Por um 3o. lado (é um triângulo), se ele não for pra escolinha, continuo passando bastante tempo com o Nathan. O que, apesar de cansativo, é muito bom. Ele não vai ser pequenininho e lindinho e gracinha e carinhoso e me dar muitos beijos pra sempre.
Mas aí voltamos ao problema financeiro inicial. As reservas podem aguentar mais um pouco, mas... com um bebê os gastos também aumentam. Mais um quartinho pra montar, roupinhas, mais fraldas. Bom, acho que vamos pensar mais no assunto.
CULPAS
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Não tem como ser mãe sem se culpar por um monte de coisa, né? A minha maior, no momento, é por não estar tão contente quanto estava quando engravidei do Nathan. Fico esperando, esperando, mas aquela grande alegria ainda não chegou. Mas tudo bem, não estou assim tããããão culpada. Eu sou uma pessoa legal, sei que a hora vai chegar e vou amar meu bebezinho tanto quanto amo o Nathan. Talvez quando os enjoos passarem. Talvez depois do 1o.ultrassom - que é semana que vem, obaaaaa! :-)
MEDO
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Claro, não dá pra ter gravidez 100% livre de medos, né? Fico aqui pensando se ele existe mesmo, se está crescendo direitinho, se tem cérebro, se não tem síndrome de down... Já fiquei com paranoias por não ter tomado ácido fólico antes de engravidar. Embora as chances de problemas sejam pequenas, elas existem. E sempre tem uma azarada ou outra pra cair nas estatísticas. Mas problemas no tubo neural estão entre minhas menores preocupações, já que eu como bem direitinho. Podia até não ter boas reservas, mas também não devia estar com deficiência de ácido fólico. Ah, também já tive minha fase de medo de gravidez tubária. Mas se até agora não estou morrendo de dor, não deve estar nas trompas, não. Acho que esse medo já dá pra superar. :-)
O medo do parto vou deixar mais pra frente, que tá muito cedo pra isso.
Hoje tive minha 1a.consulta, mas não teve nada de emocionante... Tanto que vou deixar pra contar amanhã (ou depois, ou conforme meu estômago deixar).
Nossa, sei bem como é este negócio de se sentir culpada. Também achava que estava traindo a Sophia e também li a história do marido levando a segunda esposa pra casa :-)
ResponderExcluirMas posso dizer que passa. E olha a Helena linda e fofa aí pra provar que amor de mae se multiplica sim (e foi nessa que tirei o nome pro meu blog, lembra?). E você, como segunda filha, sabe melhor do que ninguém, que em coracao de mae sempre cabe mais um. Se nao fosse assim o Guinho nao seria o queridinho, hehehehe!
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ResponderExcluirSer mãe é realmente sentir-se culpada. Acho que a sensação de ser traído deve ser forte e real, sim.
ResponderExcluirUm conselho que várias pessoas me deram (inclusive sua mãe) e foi legal foi envolver a Glorinha nas coisas relacionadas à irmãzinha, como comprar roupinhas, ir nas sessões de ultrassom (se possível), arranjar algo que ele gostaria muito de ganhar e dizer que foi o bebê quem trouxe ou quem sugeriu, para ir criando uma expectativa favorável dessa história de ter uma irmãzinha (a Glorinha quase não tinha amiguinhos que tinham irmãos, o conceito era um pouco abstrato para ela). Na hora "h", quando o bebê for para casa, tudo isso vai parecer que desandou, mas aí a gente retoma toda a história de amar os dois, dá carinhos extras, tem muuuuita paciência e vai levando um dia de cada vez. Depois de um tempo, sem a gente perceber, ou justamente na fase que achava que não ia ter mais fim o ciúmes, eles começam a demonstrar um amor um pelo outro que é a coisa mais linda de testemunhar.
Ah, eu também achava estranho não ter tanta empolgação pela gravidez da Alice. Em parte por ter tido muito mais enjoo e até por ter sido mais fácil engravidar. Acho que não significa menos afeto, apenas menos
empolgação.
Minha nossa,não imaginava que minhas filhas tinham tantas neuras !!
ResponderExcluirSó posso crer que eu era muito imatura na época das minhas gravidez ou pouco instruída, porque nunca me passou nada disso pela cabeça. Mas talvez o fato de eu ter minha Mãe por perto ajudava a me sentir mais segura....
Enfim Liquinha, curta sua gravidez e pense nesse serzinho que está vindo e sente seus sentimentos, e quanto ao Nathan, lembre-se que ele gosta de visitas e vai adorar ter um irmão ou irmã por perto, nem que seja para faze-lo ¨lamber o chão¨ !
Oi Taia. Ah, mas como segunda filha, muitas vezes também me senti como figurinha repetida, hehehe. Mas nada que o tempo não cure. :)
ResponderExcluirAlessandra, boa ideia essa de ter um presente à mão para quando o bebê chegar e dizer que foi ele que trouxe. :) Vou adotar!
ResponderExcluirViu, mãe? Nada como blog pra conhecer melhor suas filhas, hehehe. E sim, eu sei que com o tempo tudo fica bem. É mais o comecinho que me preocupa, mesmo.
ResponderExcluirLica, primeiramente, parabéns!!! Mas fique tranquila que tudo se ajeita mesmo, veja que presente maravilhoso você recebeu de Deus, e se Ele te deu este presente é porque sabe que você é a pessoa certa pra cuidar dele ou delae que claro, vai dar conta muito bem dos dois. Eu já acho muito bom ter filhos assim perto um do outro, porque tanto a Naty quanto o Fê foram criados sozinhos e sempre sentiram falta de um irmão, alguém pra brincar, brigar, tenho certeza que seus filhos serão uma excelente companhia um para o outro. Super beijo!
ResponderExcluirOi Camilla...imagino como tá tua cabeça...mas tudo se acerta sempre...vcs vão arrumar um meio...tu lê o blog da vivi? ela teve o seu segundo e no começo estava num dilema, como seria? como a Duda reagiria...como ela reagiria a uma segunda gravidez, mudança de casa...e agora tá ela, encantada, feliz...dá uma lida pra te animar! Dúvidas surgem, medos surgem, mas no final tudo dá certo! bjocas
ResponderExcluirOi Aline. De vez em quando vejo o blog dela, sim. Mas acho que tô meio desatualizada. Mas por enquanto, tudo que eu leio eu sempre penso que sim, que vai ficar tudo bem, todos felizes, etc, maaaaas... ainda não cheguei lá.
ResponderExcluirMas não tô muito desanimada, não. Eu sei que é verdade e que logo vou ficar feliz. Só preciso de um pouco de tempo.
Beijo!