terça-feira, 10 de abril de 2012

Prenatal tour no hospital

  Fui fazer a visita no hospital onde irei (ou não) ganhar bebê. Logo que entro no hospital, tem um Tim Hortons no lado esquerdo e uma lojinha do lado direito. Bom, tá certo que eu não conheço muitos hospitais do Brasil (já fui em 3, talvez?), mas achei bem diferente. :-) Continuo andando e encontro o balcão de informações.
  Exatamente no horário agendado, chega a enfermeira que vai ser nossa "guia". Super simpática! Vamos andando, ela vai explicando, mostrando e procura sempre fazer pausas em lugares com cadeiras, pras gestantes sentarem. :-)

  Pra começar, ela explica que, no dia do parto, logo que você chega o ideal é você ir na recepção para fazer seu registro. Mas disse que se você estiver com contrações fortes, não tem problema, pode seguir direto para a área que chamarei de "central de parto" (birthing unit) e o marido/acompanhante ajeita a papelada depois. Chegando na central de parto, toque a campainha que uma enfermeira virá te acudir. Achei isso ótimo!!
  Ela também disse que a gente pode deixar o carro na área de desembarque com o pisca-alerta ligado. O marido acompanha a gestante e, só quando ela estiver devidamente instalada em uma sala de parto, acompanhada por um enfermeira, aí sim ele volta pra estacionar o carro. Perfeito!Você não fica sozinha em nenhum momento e não precisa lidar com burocracias entre uma contração e outra.

  A sala de parto não é a coisa mais linda do mundo. Afinal de contas trata-se de um hospital e, além disso, um hospital público. Não dá pra esperar decoração de hotel. Tem a cama (que sobe, desce, vira, torce, etc), vários aparelhos em volta e um sofazinho. Ah, um cd player também. Bolas de pilates estão disponíveis. Também tem banheira e chuveiro, mas ficam em uma sala separada. E só tem uma banheira, sendo que tem 6 salas de parto. A enfermeira disse que não é permitido dar à luz na banheira (ah, que peninha) e que normalmente não tem concorrência.
  Durante todo o trabalho de parto você fica acompanhada pela mesma enfermeira (e só por ela). Só bem no finzinho, na hora do parto, é que aparece algum médico pra acompanhar. Ah, claro, você tem direito a dois acompanhantes (normalmente marido + 1) também. Até crianças são permitidas!! Para quem vai ser acompanhada por parteira, como eu, não tem enfermeira. É só a gestante, a parteira e eventuais acompanhantes. E, um pouco antes do parto, vem a 2a. parteira. Ótimo! Só gente conhecida. :-)
  Ela disse que você pode comer e beber à vontade durante o trabalho de parto e também aconselhou trazer comida, porque à noite o Tim Hortons está fechado.
  Aí ela explicou o que acontece após o bebê nascer, se tudo correr bem. O bebê nasce e vai direto pro colo da mãe, para contato pele-a-pele. Se por acaso ele precisar de ressuscitação ou coisa parecida, a sala tem a aparelhagem necessária, então isso é feito ali mesmo. Aliás, qualquer outro procedimento é feito por ali também. O bebê não vai nunca pra longe da mãe. Bebê e mãe ficam a 1a.hora nessa sala de parto. Visitas são permitidas (mesmo que o bebê nasça às 3 da madrugada), mas desaconselhadas. A enfermeira explicou que é muito importante que o bebê fique junto dos pais na primeira hora, principalmente para a 1a. mamada, que quanto antes acontecer, mais facilita a amamentação. Fora que ainda tem o "parto da placenta". :-) E com visitas é sempre mais difícil. Elas querem segurar o bebê colo, a mãe pode ficar inibida, com vergonha, etc.
  Tem um questionário que a gente deve preencher e levar junto no dia do parto. Nele você escolhe quem vai cortar o cordão, quem vai dar o primeiro banho, se quer usar roupinhas do hospital ou suas próprias roupas, se pretende ter um parto natural ou com anestesia e por aí vai. Qualquer outra requisição você coloca junto com esse questionário. Se você quer comer sua placenta, imagino que este seja o lugar pra dizer. :-P

  Passada a 1a.hora, você vai para o quarto pós-parto. Esse já não é um quarto privativo, é para 4 mulheres. Se você quer um privado, tem que pagar. Se não me engano, a diária é de $150. Típico quarto de hospital. Cama, bercinho, sofá-cama pro acompanhante dormir, micro-ondas, tv... É, tipo isso. Nessa ala do hospital tem a sala para cuidados especiais (uma espécie de uti, pelo que entendi) com incubadoras. Ainda nessa ala tem um "family centre", que é basicamente uma sala de espera, para a família que está na torcida. :-) Lá tem cadeiras, tv e uma casinha/castelinho para crianças brincarem. Acho que vi alguns brinquedos também, mas não tenho certeza...
  Na área onde ficam os quartos das mães/bebês o acesso é restrito. Tem que tocar um interfone, se identificar e só então alguém abre a porta. Questão de segurança. Também aconselham que a mãe nunca deixe o bebê sozinho, mesmo em quarto privativo. Se for tomar um banho e não tiver ninguém junto, ela deve levar o bebê na sala de cuidados especiais e deixar aos cuidados de uma enfermeira. Ela vai checar as pulseirinhas de identificação tanto na hora de deixar quanto de buscar.

  Bom, acho que é basicamente isso. Achei super legal esse cuidado de incentivar o vínculo mãe-bebê na 1a. hora, manter o bebê sempre perto da mãe, deixá-la à vontade durante o trabalho de parto pra comer, beber, andar, sentar na bola, etc... Enfim, todas essas coisinhas que aqui são a coisa mais normal do mundo, mas que ainda me espantam porque no Brasil é muito diferente. Se o Nathan tivesse nascido aqui, não teria passado as 6 primeiras horas de vida longe de mim. Snif... :-(

  Mas enfim, agora já estou cadastrada no hospital, já conheço o lugar e fiquei com uma boa impressão. Se o meu bebê nascer lá, vou chegar tranquila e confiante de que serei bem atendida. Agora é só esperar cerca de 78dias...

10 comentários:

  1. Muito parecido com tudo aqui, novamente! Menos a preocupação toda com a segurança e o número de paciente por quarto. Aqui são sempre só duas, o que eu acho bem bom.
    Aqui eles dão importância para segurança em outros aspectos, por exemplo, você não pode carregar um bebê no corredor do hospital. Tem que sempre levá-lo em uma espécie de bercinho com rodas. Aliás, aqui é muito, muito difícil se ver um bebê sendo carregado na rua. Ele está ou dentro de um sling, ou canguru, ou carrinho, ou cadeirinha do carro, sempre dentro de alguma coisa. Interessante, não?
    Beijo!

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    1. Realmente, quanto menos mulheres, melhor. Mas o seguro do Alessandro cobre quarto privativo, então não me preocupo com isso. E mesmo se não cobrisse, com certeza eu pagaria, até que porque nos quartos compartilhados o pai não pode dormir lá à noite.
      Ah, a enfermeira também falou isso: de não andar com o bebê no colo no corredor, porque alguém pode trombar em você, hehehe.
      Agora que você falou, realmente acho que não vi bebês por aqui sendo carregados no colo. Será que é por segurança ou só preguiça, mesmo? :)
      Beijo!

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  2. Que maravilha, Camilla... ai, cada vez sinto mais vontade de morar no Canadá! rs! Pena que ñ rola o parto na banheira, né?! Mas vc vai tentar um domiciliar e o hospital é plano B?! Quando é sua DPP?

    Beijos!

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    1. Maíra, no meu mundo ideal queria PD, mas ainda não é 100% certeza. Sofri tanto com as contrações no 1o. parto, que a ideia de anestesia ainda me atrai um pouquinho, rsrsrs.
      Minha DPP é 26/junho. Beijo!

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  3. Olá Camilla.. não posso reclamar.. meus dois partos foram em clinica particular... sem luxo... mas tudo bem organizado... em ambos os partos fiquei com o bebê logo após o nascimento...bem... não tenho a experiência do SUS em relação aos partos... mas tenho em relação aos cuidados médicos com os bebês... temos consultas mensais com o pediatra... exames... médicos especialistas.. tudo via SUS...bjs

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  4. Uau, que bom Tati! O que mais vejo no Brasil são mulheres reclamando. :-) Umas reclamam que o médico fez episiotomia, outras que só seguraram o bebê um tempão depois, que as enfermeiras não tinham paciência e tolerância... Fora que a maioria acabou sofrendo cesárea pelas desculpas mais bobas. Os médicos inventavam que o bebê ia se enforcar no cordão (sendo que ele não respira pelo nariz, dãããã), ou que o bebê era muito grande, ou que a mãe não tinha dilatação... Enfim, essas coisas que só acontecem no Brasil.
    Ok, não acontecem SÓ no Brasil, mas aí a coisa tá feia...

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  5. Engraçado vocês comentarem que quase não se vê gente carregando bebês por aí. Quando estive na Alemanha com a Glorinha com 1 ano e 2 meses, minha irmã notou que todo mundo ficava olhando esquisito para a gente quando estávamos carregando a Glorinha no colo. Segundo ela, o povo olhava com cara de "quem são esses pobres que carregam criança no colo e não em carregadores devidamente testados e certificados?" Eu confesso que não tive uma interpretação própria do olhar, mas realmente me sentia "olhada"... Qual será o raciocínio? Se alguém esbarrar em você quando estiver com bebê no colo não significa que você vai largá-lo, né?
    Que bom que há muitas opções para a hora do parto por aí... Aliás, aqui no Brasil eu muitas vezes me senti classificada como coadjuvante no nascimento das meninas. E quase nunca adiantou batalhar pelo "papel principal", porque algumas pessoas pareciam dizer "O que você pensa que entende de nascimento de bebês? Os profissionais aqui somos nós"
    Quando a Alice nasceu, nem metade da equipe médica prevista estava presente. Isso porque ninguém acreditou quando eu cheguei dizendo que estava parindo (e era minha segunda filha, eu sabia o que estava rolando). Resultado: menos de 40 minutos depois, D Alice nasceu e nem o pediatra nem o anestesista nem o médico auxiliar estavam presentes (domingo à noitinha estava todo mundo em casa de certo que vendo o Faustão). Claro que eu sabia que não precisava deste povo todo, queria mesmo só o anestesista!
    Mas correu tudo bem e foi até interessante: como o pediatra não estava lá, a enfermeira entregou ela de volta pra mim assim que fez a aspiração. Achei bem legal. Depois de ter um parto com tão pouca gente ( no da Glorinha eram umas 10 pessoas entrandoe saindo da sala) fiquei achando chique mesmo é ter parto em casa!

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  6. É, no Brasil infelizmente a maioria dos médicos realmente acha que a mãe é um mero detalhe a ser contornado. A minha médica no Brasil foi escolhida a dedo e eu gostava que ela sempre falava pra mim "Camilla, quem vai fazer o parto é você. Eu só vou ajudar se você precisar".
    Pelo jeito o parto da Alice foi bem tranquilo, né? Embora, pelo jeito, dolorido. Então não teve anestesia? Por aqui também não é rotina aspirar o bebê logo que nasce. Essas coisas só são feitas quando precisa. E se precisar, o bebê é aspirado no colo da mãe, mesmo.

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  7. Guria, o Nathan ficou tanto tempo longe de ti! Não sabia!!! A BÊ ficou acho q uma hora, ou 2 mas, foi pq ela teve o meconio, tinha q fazer muitos procedimentos pq senão ela ficaria comigo, só sairia pra tomar banho com o pai...aliás, nessas 2h ele ficou junto algum tempo...ela só nao foi pro meu colo pelo mecônio mesmo...acho ate q o hospital da Bê era bem humanizadinho pelo jeito....

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    1. Ah, mas o Nathan também teve um "motivo", por assim dizer. Ele nasceu com Apgar 0, sem respirar. Depois de 5 minutos já tava com apgar 8 mas, ainda assim, o hospital achou que tinha que ficar em observação na uti. Só não sei por que tanto tempo. Deve ter algum protocolo pra isso...
      Não sei com certeza como aconteceria aqui no Canadá, nesse exemplo em específico. O que eu "acho" que aconteceria é que, mesmo se ele precisasse ficar em observação, eu (ou o pai) poderia ficar junto na sala de cuidados especiais. No meu parto, depois de 1hora a placenta já tinha saído, eu já tava andando, tudo tranquilo.

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